quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
Descobertas
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Eu estou de olhos fechados, mas não sei dizer se estou sonhando, eu temo abri-los e perceber que ela não faz parte da minha realidade. Como um doce sonho ela surgiu para mim e eu não estaria mentindo se dissesse que não quero acordar nunca mais.
O tempo está voltando ou são apenas as velhas lembranças que se fazem presentes no hoje, eu estou tendo a oportunidade de começar o que nunca teve um fim e desta vez eu não permitirei que escape das minhas mãos.
Eu me vejo sonhando acordada e a imagem dela não sai da minha cabeça, eu não posso deixar de pensar nela, minha mente e o meu coração a acompanham sempre e a distância dos nossos corpos se torna apenas um detalhe quando eu a comparo com todo o amor que existe em mim.
E então eu me pergunto se isto tudo está realmente acontecendo, é tão difícil de acreditar que eu posso chamá-la de minha. Eu estou deixando o passado e o futuro de lado para viver um sonho no presente.
Isso é mesmo real?
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
sábado, 14 de novembro de 2009
Cem anos
Eu tenho corrido contra o tempo, mas ele está sempre um passo a frente
O tempo tem passado e os dias têm sido levados de mim sem que eu perceba
Minutos que se fazem eternos e horas corridas são todo o tempo que eu tenho
Todas as coisas que eu construí estão sendo levadas e não há nada que eu possa fazer
Eu tentei dar um passo de cada vez
Ergui um a um e levantei o meu castelo
E com a mesma facilidade que foi feito o vento o desfez
Como se feito de areia
Tudo está pelos ares
E já não há como refazê-lo
Eu acho que não posso mais continuar
O horizonte tem se aproximado e com ele eu posso enxergar o meu limite
O tempo está passando
E com ele as mudanças vem surgindo
Eu achei que soubesse o que fazer
Mas tudo tem se renovado depressa demais
E eu não posso acompanhar
Eu acreditei que poderia realizar todos os meus sonhos
Mas eles são apenas a idealização de algo que não pode ser vivido
Então porque eu ainda insisto?
Porque eu ainda finjo que acredito nas coisas que eu mesma criei?
O tempo tem passado e agora eu posso ver
A resposta esteve sempre aqui dentro de mim
O meu coração me pertence outra vez
Mas desta vez eu o segurarei em minhas mãos
E não cometerei o erro de entregá-lo novamente
Eu verei o sangue escorrendo pelas minhas mãos
E sorrirei ao sentir novamente a dor
sábado, 7 de novembro de 2009
The Book Of The Hell
O fim fica cada vez mais evidente e o final cada vez mais trágico. Mundo deprimente, tempos difíceis, mas quando a tenho o meu mundo pára e eu fico cada vez mais fascinada. Todas as minhas escolhas me levam à você. As noites têm se tornado cada vez mais escuras e os dias já não existem mais, as trevas encobrem o mundo e não há nada que possa ser feito. Quando a tenho, os céus se abrem e você se torna a minha luz, um caminho perigoso onde não existem arrependimentos e nem voltas, o que está feito está feito, escolhas já não são mais uma opção, se tornaram definitivas. Não é possível olhar para trás e nem reparar o mal que foi causado, as palavras de cada linha foram escritas a fogo, nada pode apagá-las, erros não são perdoados, o perdão não existe, não há recomeços, eu percebo isso nas entrelinhas.
A cada frase vai se tornando cada vez mais difícil conter a vontade de parar, ninguém para até chegar o fim e este fim não dá início a outro começo, é simplesmente o final de cada linha.
Cada capítulo terminado é um novo ciclo que começa, às vezes dá muitas voltas, outras vezes não se completam, mas toda vez eu sigo cegamente até você, quando a lucidez chega já é tarde demais para tentar ver o dia, a escuridão predomina e eu não sinto medo, apenas desejo e é este desejo que me consome até as minhas últimas forças, não é possível lutar contra, nesta batalha eu perderia. Eu estaria iniciando uma guerra contra mim mesma e de qualquer forma eu acabarei morta e enterrada de mãos dadas com o inimigo no campo de batalha.
Eu não tenho medo dos demônios que nos assombram, eles são a parte principal da história, não existe uma luta entre o bem e o mal, mas eu torceria pelo mal, pois tudo o que não deveria existir me completa, eu não faço parte deste mundo em que todos acreditam na beleza e na inocência. Eu anseio pela destruição, eu não posso mudar quem eu sou, minhas escolhas me definem e quando eu optei por você eu escolhi a felicidade momentânea, modifiquei meu destino por apenas um momento, o duvidoso sempre atrai e a segurança passa a ser indiferente, na dúvida encontrei certezas e nestas certezas ficou claro que não é preciso ler a última página do livro para saber o final, ele está evidente na capa e eu pago com minha vida para ser o autor.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Caminhos e Caminhos
Porque todas elas me levam para longe de você
E eu já não sei se sou forte o bastante para suportar isto
Você está ficando cada vez mais distante e minhas mãos já não podem alcançá-la
Parece ser tão difícil quando não se tem para onde ir
Eu estive esperando tanto por um sinal
Qualquer coisa que me disesse para onde eu devo ir
Mas as respostas que tenho não são mais como um cristal claro para mim
Então eu sigo qualquer caminho
Mesmo sabendo que todas as estradas pelas quais eu andarei serão tortuosas
E não há nada que eu possa fazer
Este foi o caminho que escolhi
Eu procurei a dor e ela veio até mim
Numa proporção maior do que eu esperava
Eu não imaginei que não seria capaz de agüentar as conseqüências
Está mais forte do que eu achei que pudesse agüentar
Eu não calculei corretamente
Eu não achei que pudesse perder
Embora eu devesse saber que isto é tudo o que eu sei fazer
Eu tenho pedido há todas as noites
Eu tenho me ajoelhado e olhado para o céu
Esperando que os ventos possam te trazer da mesma forma como te levaram
Mas eu já não sei mais até quando deverei esperar
Já se faz tanto tempo
E eu não entendo como parte do meu mundo ainda está intacto
Quando tudo deveria estar sob ruínas
Eu estou tentando encontrar uma razão para tudo
Mas tudo o que tem acontecido parece estar distante de qualquer explicação
Eu estou tentando
Eu estou desistindo
Eu já não sei o que pode ser feito
O meu limite está se aproximando
E eu continuo sem respostas
Eu já não sei até que parte do caminho eu serei capaz de trilhar
Talvez tudo o que eu tenho feito é andar por caminhos já trilhados
E eles me levarão somente até onde todos os outros já foram
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Eu estava assustada e com medo, ninguém nunca me fez tão mal quanto eu mesma.
Quando as escolhas se abriram diante de mim eu já não podia mais ver a luz, trilhar um caminho sombrio e escuro foi a opção que me restou.
Eu já não podia mais controlar o que ardia aqui dentro, eu nunca desejei ser o que eu me tornei, quando eu me abri para a vida eu libertei um mostro que se ocultava no meu interior, eu gostaria de tê-lo controlado enquanto eu ainda podia, mas eu não o fiz.
Talvez houvesse uma razão para que eu pudesse entender qual foi o grande obstáculo que encontrei pelo caminho, para que me fizesse voltar, por muitas vezes eu jurei saber, me ausentei de toda a culpa e responsabilizei o que nunca existiu, nem mesmo para mim.
Eu gostaria que as estrelas tivessem brilhado mais forte quando todas as luzes se apagaram, quando a escuridão me encobriu eu gostaria de ter tido uma luz para seguir, mas cada vez mais eu busquei as trevas e eu me joguei de um precipício sabendo dos riscos.
Dar um passo de cada vez tem sido difícil principalmente por não ter para onde caminhar, qualquer lugar parece bom quando não se têm para onde ir, mas dar passos em falso pode ser mais arriscado do que se submeter a espera. Enquanto ainda havia a lucidez eu lembro de ter escrito o meu destino em pequenos pedaços de papéis, mas como as folhas que sutilmente caem das arvores e morrem quando atingem o chão, o meu destino foi pisoteado por uma multidão que não se importava em notar a vida que ainda residia ali, sem deixar-me livre para que o vento pudesse carregar o fardo de me levar ao meu destino, para que eu pudesse continuar a escrevê-lo, foi apenas uma reviravolta, uma violenta ventania.
Eu poderia ter acertado em todas as escolhas que fiz, eu poderia me reformular, mas ainda assim, a criatura que habita o meu ser não teria deixado de existir, eu não posso simplesmente arrancá-la de mim, nem mesmo travar uma luta, mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira e eu acabaria me esfaqueando na tentativa de matá-la. O espelho tem refletido todas as escolhas que eu fiz e o que elas fizeram de mim, eu simplesmente não posso mais reconhecer um reflexo tão vazio, tão vago.
Quando a noite cai o meu pedido tem sido sempre o mesmo e a cada pedido eu me renovo em falsas esperanças que destroem as minhas expectativas logo que o sol se põe. O recomeço nunca parte do zero e talvez um dia seja tarde demais para me reconstruir.
As feridas que fiz ao longo de cada dia permanecem como tatuagens em minha pele, sua cicatrização é apenas superficial, eu só tenho aumentado a profundidade do corte trazendo cada vez mais dor, mas pior do que sentir a dor que é capaz de corroer a minha alma é não sentir nada, simplesmente nada.
Eu fracassei, mais uma vez.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Desde que você partiu meu coração está gelado e sem vida
O sangue que percorre meu corpo é tão frio como uma manhã de inverno
E existe apenas um modo capaz de reconstruir os fragmentos do meu coração
Para dar-lhe vida outra vez eu preciso apenas do calor do seu corpo, do seu sorriso iluminado
E eu estarei esperando para poder amá-la para sempre, até que o frio que existe aqui se torne eterno e este coração já não bata mais.
domingo, 5 de julho de 2009
Adormecer
Entre um momento de lucidez e outro, preocupava-ve com a lentidão e o descompasso entre um batimento e outro, quando por fim não podia dizer se havia de fato parado ou era somente o desejo.
Enquanto lá fora jazia a luz do amanhacer, a escuridão predominava aqui dentro, o inverno passou a crescer dentro de mim, me desfazendo em pedaços.
Um corpo cansado, habitado por uma alma vazia, sem forças para se quer manter-se em órbita, apagando-se aos poucos.
Uma escuridão mais densa se fez presente, abrigando uma respiração difícil e ofegante que ao mesmo tempo era silenciosa, tudo o que se podia ouvir era o choro e os gritos abafados de uma alma que desejara se libertar da dor. Sensações que não podiam ser definidas, o corpo adormecera, apenas a mente mantinha-se conectada.
Eu já não me preocupava com o que sentia, não me importava o medo ou a dor, eu desejava apenas adormecer...
Dormir e não acordar mais.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Apresento um olhar intenso e trago no rosto um sorriso alegre, imune a dor, camuflando sentimentos. O que ninguém pode ver é que por trás desse sorriso existe uma alma presa ao sofrimento, um coração gelado e pálido como uma intensa manhã de inverno. A frieza que reside aqui dentro é permanente, o tempo apenas armeniza mas ainda assim, o vazio que foi criado não deixa de existir, pelo contrário, ele é ainda mais explorado e eu vou me perdendo dentro da escuridão que eu mesma criei dentro de mim.
Não há luz para seguir, não há nada que ilumine um interior perdido em trevas, por diversas vezes eu busquei um caminho oposto à dor, mas não obtive resultados, todas as tentativas foram fracassadas e com o fracasso veio a frustração, a sensação de estar me afundando cada vez mais, me jogando de um precípicio onde não há voltas.
Fixamente eu olho no espelho e não posso mais identificar o reflexo, é tão vago que eu mal posso compreende-lo, chega a ser como uma busca por uma estrela em uma noite completamente escura, você sabe que é possível, que existe, apenas não pode ver e o que dói não é a falta da visão, mas sim a certeza do que já foi perdido.
O externo já não preocupa, preocupante tornou-se olhar para dentro e ver que no peito um coração fragmentado foi substituído por uma pedra, dura e fria.
Com o amanhecer renovam-se as esperanças, mas logo já não faz mais sentido esperar, é evidente que uma mudança não fará efeito no que ja estava pré-determinado para acabar.
O Novo
Tornara-se uma pessoa vazia, passou a admirar a frieza e a usá-la como um escudo, uma forma de não mostrar para si mesma que frias são apenas as manhãs e que em seu peito ainda bate um coração queimando em chamas.
Passou a ter medo daquilo que não pode controlar, caminha sozinha com receio de andar lado a lado novamente, esconde-se nas sombras, perdeu-se em meio a sua própria escuridão, conta os minutos de cada hora, já não vê mais graça ao se deparar com o dia, as noites solitárias tornaram-se mais interessantes. Já não pensa mais em mudar, já não pensa em mais nada, seu pensamento é ocupado pelo indesejado, não consegue parar de pensar naquele olhar, apaixonou-se pelo sorriso e teme ter o coração despedaçado.
Sonha com a noite em que tudo começou, quando pela primeira vez sentiu o toque, quando encontrou a beleza na intensidade daquele olhar, estranhamente se sentiu fascinada como há algum tempo não se sentia. Com os dias sente medo do novo, do que possa vir a sentir ou de quem possa vir a quebrar as falsas barreiras que fora criada.
Há todas as noites a sensação de vazio a domina e com isso sua angústia só aumenta, vive de uma felicidade momentânea, ou finge ser feliz, tem se enganado e feito disso um propósito, a idéia de que se tornou algo múto a deixa mais perto do seu desejo, de sua ilusão. E em cada noite o seu pedido se tornou o mesmo, pede para que sua fascinação seja real, para que exista um encaixe, ou simplesmente para que o telefone toque e possa ouvir a sua doce voz dizendo que sim.