sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Eu estava assustada e com medo, ninguém nunca me fez tão mal quanto eu mesma.
Quando as escolhas se abriram diante de mim eu já não podia mais ver a luz, trilhar um caminho sombrio e escuro foi a opção que me restou.
Eu já não podia mais controlar o que ardia aqui dentro, eu nunca desejei ser o que eu me tornei, quando eu me abri para a vida eu libertei um mostro que se ocultava no meu interior, eu gostaria de tê-lo controlado enquanto eu ainda podia, mas eu não o fiz.
Talvez houvesse uma razão para que eu pudesse entender qual foi o grande obstáculo que encontrei pelo caminho, para que me fizesse voltar, por muitas vezes eu jurei saber, me ausentei de toda a culpa e responsabilizei o que nunca existiu, nem mesmo para mim.
Eu gostaria que as estrelas tivessem brilhado mais forte quando todas as luzes se apagaram, quando a escuridão me encobriu eu gostaria de ter tido uma luz para seguir, mas cada vez mais eu busquei as trevas e eu me joguei de um precipício sabendo dos riscos.
Dar um passo de cada vez tem sido difícil principalmente por não ter para onde caminhar, qualquer lugar parece bom quando não se têm para onde ir, mas dar passos em falso pode ser mais arriscado do que se submeter a espera. Enquanto ainda havia a lucidez eu lembro de ter escrito o meu destino em pequenos pedaços de papéis, mas como as folhas que sutilmente caem das arvores e morrem quando atingem o chão, o meu destino foi pisoteado por uma multidão que não se importava em notar a vida que ainda residia ali, sem deixar-me livre para que o vento pudesse carregar o fardo de me levar ao meu destino, para que eu pudesse continuar a escrevê-lo, foi apenas uma reviravolta, uma violenta ventania.
Eu poderia ter acertado em todas as escolhas que fiz, eu poderia me reformular, mas ainda assim, a criatura que habita o meu ser não teria deixado de existir, eu não posso simplesmente arrancá-la de mim, nem mesmo travar uma luta, mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira e eu acabaria me esfaqueando na tentativa de matá-la. O espelho tem refletido todas as escolhas que eu fiz e o que elas fizeram de mim, eu simplesmente não posso mais reconhecer um reflexo tão vazio, tão vago.
Quando a noite cai o meu pedido tem sido sempre o mesmo e a cada pedido eu me renovo em falsas esperanças que destroem as minhas expectativas logo que o sol se põe. O recomeço nunca parte do zero e talvez um dia seja tarde demais para me reconstruir.
As feridas que fiz ao longo de cada dia permanecem como tatuagens em minha pele, sua cicatrização é apenas superficial, eu só tenho aumentado a profundidade do corte trazendo cada vez mais dor, mas pior do que sentir a dor que é capaz de corroer a minha alma é não sentir nada, simplesmente nada.
Eu fracassei, mais uma vez.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O sol ilumina e aquece lá fora, mas aqui dentro está tudo tão frio e pálido
Desde que você partiu meu coração está gelado e sem vida
O sangue que percorre meu corpo é tão frio como uma manhã de inverno
E existe apenas um modo capaz de reconstruir os fragmentos do meu coração
Para dar-lhe vida outra vez eu preciso apenas do calor do seu corpo, do seu sorriso iluminado
E eu estarei esperando para poder amá-la para sempre, até que o frio que existe aqui se torne eterno e este coração já não bata mais.