sábado, 14 de novembro de 2009

Cem anos

Parece que se passaram cem anos desde que eu me senti viva pela última vez
Eu tenho corrido contra o tempo, mas ele está sempre um passo a frente
O tempo tem passado e os dias têm sido levados de mim sem que eu perceba
Minutos que se fazem eternos e horas corridas são todo o tempo que eu tenho
Todas as coisas que eu construí estão sendo levadas e não há nada que eu possa fazer
Eu tentei dar um passo de cada vez
Ergui um a um e levantei o meu castelo
E com a mesma facilidade que foi feito o vento o desfez
Como se feito de areia
Tudo está pelos ares
E já não há como refazê-lo
Eu acho que não posso mais continuar
O horizonte tem se aproximado e com ele eu posso enxergar o meu limite
O tempo está passando
E com ele as mudanças vem surgindo
Eu achei que soubesse o que fazer
Mas tudo tem se renovado depressa demais
E eu não posso acompanhar
Eu acreditei que poderia realizar todos os meus sonhos
Mas eles são apenas a idealização de algo que não pode ser vivido
Então porque eu ainda insisto?
Porque eu ainda finjo que acredito nas coisas que eu mesma criei?
O tempo tem passado e agora eu posso ver
A resposta esteve sempre aqui dentro de mim
O meu coração me pertence outra vez
Mas desta vez eu o segurarei em minhas mãos
E não cometerei o erro de entregá-lo novamente
Eu verei o sangue escorrendo pelas minhas mãos
E sorrirei ao sentir novamente a dor

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