sábado, 31 de julho de 2010

Grande parte do tempo de nossas vidas é gasto na busca por compreensão sobre tudo aquilo que sentimos e por todos os sentimentos que nos rodeiam, pelos quais somos persuadidos, seja de uma maneira boa ou ruim. Buscar compreensão quando se trata de sentimento é algo tão improvável quanto compreender a nossa própria existência, não percebendo então, que toda a magia consiste no desconhecido, naquilo que não podemos tocar, mas sabemos que é real, naquilo que se faz belo justamente por estar distante de qualquer explicação e entendimento. Mas, mais inexplicável ainda é o amor que nasce a milhas de distancia e se faz presente longe do alcance das mãos, onde o menor toque se torna a maior idealização, contudo esperamos apenas que sejam reais. Mas o que é real? Não se pode descobrir a verdade sobre tudo, apenas escolhemos sempre a mentira que mais nos agrada, esperando ter feito a escolha correta.
Vivemos num mundo real onde os nossos sonhos anseiam pelos contos de fadas, sem perceber que o “felizes para sempre” é o nosso grande faz de conta. Fingimos o tempo todo, fingimos tristeza, fingimos alegria e fingimos amar, manipulando o amor de acordo com o que nos é cômodo, de acordo com as nossas certezas, que nada mais é do que quando a idéia pára de procurar e se conforma com o que é concedido. E tudo o que possuímos é a frustração de não sermos capazes de compreender nem mesmo o que se passa dentro de nós, limitando-nos a expandir os sentimentos que poderíamos obter se tivéssemos a visão do que eles realmente representam em nossas vidas.
Aos que amam ao desconhecido, que conheçam e amem a si mesmo antes de falar sobre amor a terceiros. Aos que amam a distância que tenham consciência de que o que pode separá-los não será a distância que existe entre os corpos, mas sim a mesma distância que os une, aquela imposta pelos corações. Aos que sonham com o final feliz que percebam que a felicidade se faz de momentos e que nunca há um fim, pois para cada ciclo que finalizamos há sempre um novo começo. E por fim, aos que amam. Que saibam que o amor é como um grande castelo de areia. Que ganha forma dia após dia e que muitos serão os dias em que os ventos tentarão colocá-lo ao chão, mas que será a sua determinação que irá dizer por quanto tempo cada grão de areia irá manter-se intacto.

A gravidade do amor não consiste no amor em si, mas na ausência dele.

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